Explosão na RMC: após coleta de vestígios, trabalhos seguem com a identificação das vítimas 15/08/2025 - 20:50

A Polícia Científica e o Corpo de Bombeiros Militar encontraram cerca de 1 mil vestígios que devem levar à identificação das nove vítimas da explosão na fábrica Enaex Brasil, ocorrida na última terça-feira (12), em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. O material catalogado está sendo analisado em laboratórios do Estado e os perfis do DNA dos familiares já estão estabelecidos no sistema.

Todos os vestígios coletados na área foram encaminhados à Polícia Científica, encarregada da análise, que deve levar pelo menos mais dez dias. A área das buscas foi isolada enquanto a análise do material não chega a um resultado conclusivo, com os atestados de óbito. A Polícia Militar do Paraná (PMPR) ficará responsável pelo monitoramento do local durante esse isolamento.

As informações foram repassadas pelo secretário da Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, na tarde desta sexta-feira (15). “Temos o compromisso de encerrar toda a análise o mais rápido possível para propiciar às famílias as identificações e certidões de óbito dos parentes que faleceram nessa catástrofe”, afirmou.

Ainda segundo o secretário, a próxima avaliação será feita pela Delegacia de Quatro Barras, onde está o inquérito do acidente. A delegada responsável pelo caso vai analisar se demanda a continuidade ou não das buscas.

“Todos os próximos passos serão feitos pela Polícia Judiciária e pela Delegacia de Quatro Barras, que solicitaram informações da empresa, Já foram ouvidas testemunhas sobre o dia a dia da empresa e tudo caminha para conclusão do inquérito nos próximos 30 dias, que podem ser prorrogados por mais 30 dias”, explicou o secretário.

A Polícia Científica fez a triagem dos vestígios encontrados no local e o material recolhido passa por análises de DNA, etapa fundamental para a identificação das possíveis vítimas. Segundo Hudson, os laboratórios do Estado trabalham em ritmo intenso para atender a demanda. Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina ainda não foram acionados para prestarem auxílio.

A Polícia Civil também solicitou à Enaex um relatório técnico detalhado com informações sobre os materiais utilizados no processo de produção e os protocolos de armazenamento adotados. A expectativa é que o documento contribua para esclarecer as causas do acidente.

Na próxima segunda-feira (18), deve ocorrer uma reunião em Quatro Barras com as famílias das vítimas, com a presença da Defensoria Pública do Paraná, para explicar a elas como exercerem seus direitos diante de uma ocorrência deste patamar. Os profissionais do Programa Prumos, de apoio psicossocial da Sesp, também devem participar.

INTEGRAÇÃO ENTRE POLÍCIAS – O secretário também destacou a integração dos esforços. Os trabalhos no local foram iniciados na manhã de terça-feira (12) pelo Corpo de Bombeiros Militares do Paraná, em conjunto com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Paraná, que fez a varredura do local com o Esquadrão Antibombas para garantir a segurança do avanço das buscas.

A cratera aberta pela explosão concentrou a maior parte dos trabalhos, que contaram com o apoio de cães farejadores do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) do CBMPR, além de profissionais da própria empresa e de voluntários.

“Apoiamos especificamente a Polícia Científica na busca pelos vestígios nos quadrantes definidos, sendo o último deles o epicentro da explosão”, afirmou o comandante geral do CBMPR, coronel Antonio Geraldo Hiller.

Após a divisão da área afetada em nove quadrantes de busca, a Polícia Científica do Paraná iniciou o trabalho de varredura e catalogação dos vestígios encontrados com o apoio dos bombeiros militares. “Nós fizemos a segmentação do terreno e, em paralelo, aconteceu a extração e processamento em laboratório do DNA”, explicou o perito oficial criminal da PCPPR, Leonel Letnar Junior.

A Polícia Civil do Paraná colheu depoimentos de sobreviventes e de funcionários que atuaram nos turnos anteriores ao acidente. Os relatos reforçaram a dinâmica observada nas imagens captadas pelo circuito interno de monitoramento da empresa. As imagens, junto aos depoimentos, estão sendo usados para a compreensão dos momentos que antecederam a explosão.

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